☎️ Quando o Telefone Toca ☎️

Hoje começamos a nossa rubrica ☎️ Quando o Telefone Toca ☎️
Porque a espera é uma fase muito difícil no processo de adopção, queremos trazer um pouco de esperança a quem está nesse lugar. Um dia, o telefone vai tocar 

Segue-se o primeiro testemunho, por uma mãe que escolheu ficar no anonimato



«A nossa aprovação enquanto candidatos à adopção chegara há um mês e meio. Tínhamo-nos proposto à adopção de uma fratria com idades até aos 10 anos. O meu marido tem um filho biológico, à altura com 14 anos.
Íamos tentando não fazer processos de projecção, de expectativas, o que não é nada fácil quando se sonha com um filho, ou antes, com dois filhos. A verdade é que, na adopção, algo que não faz ainda parte da nossa vida, faz parte dela todos os dias. Costumávamos brincar com as possibilidades e sobre hipóteses do género das crianças e idades, ou se teríamos uma ou duas. O meu marido dizia que iríamos ter dois meninos e eu dizia que iríamos ter um menino e uma menina. A verdade é que nos era indiferente, apenas usávamos esta brincadeira para entreter a ansiedade.
Eu estava a trabalhar, sozinha no meu gabinete, quando o telefone tocou, não reconheci o número. Atendi e identfiquei logo a voz da nossa Assistente Social, mas com apenas um mês e meio de aprovação, não pensei que fosse já “o” telefonema. Como sempre que falo com alguém ao telefone, peguei na caneta e comecei a rabiscar no meu bloco. Após os cumprimentos, ela confirmou que era, de facto, “o” telefonema.
Uau. Tentamos focar-nos, mas é uma emoção tão grande que parece mesmo que o mundo pára. Continuei a rabiscar, mas estava numa espécie de transe, queria que o telefonema acabasse para ligar ao meu marido. Eis que oiço “trata-se de dois manos” e pensei “ele tinha razão, são dois meninos” e imaginei-me mãe de dois meninos. Eis que a oiço dizer os seus nomes e o primeiro era nada mais, nada menos, do que o nome que eu sonhara para uma filha. Quando ela disse “dois manos” queria dizer “uma mana e um mano”. Mas a nossa cabeça está a mil, no espaço de tempo entre cada palavra que ela proferia eu pensava tudo, planeava tudo, tentava visualizar rostos sem ter uma pista sobre como seriam.
Ela disse o nome que eu sonhara para uma filha hipotética e que eu agora escrevia no meu bloco, seguido do do irmão. Apeteceu-me dizer logo “Sim! Sim! Quero essa menina! Quero esse menino!”, mas a lei dizia-me que só poderia responder 48h depois de conhecer o processo deles.
Foi assim que aconteceu quando o nosso telefone tocou.»
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Estamos sempre receptivos a recolher mais testemunhos sobre o grande dia em que os vossos telefones tocaram e receberam a boa nova de que a vossa família se completaria através da adopão
Deixem o vosso contacto na caixa de comentários ou contactem-nos por mensagem pessoal aqui ou email comunidadeosnossosdias@gmail.com ☺️

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